segunda-feira, 13 de fevereiro de 2023

TRÊS DIAS DE TREVAS - 2

    Navegando pela "rede mundial de computadores" não é difícil encontrar, em um site ou outro, comentários de pessoas verdadeiramente desesperadas por conta dessas profecias de "três dias de TREVAS". Num desses fóruns da web, encontrei esse post que pode traduzir o que muita gente tem passado. Confira:




    O que vemos a cima é uma pessoa, devota de São Padre Pio, desesperada por uma profecia falsamente atribuída ao Santo. Como se pode ver nesse artigo publicado pelo blogue "O Catequista", Padre Pio negou veementemente que teria proferido essas ditas profecias (https://ocatequista.com.br/catequese-sem-sono/catequese/item/18351-tres-dias-de-trevas-o-que-ha-de-certo-de-falso-e-de-duvidoso-em-torno-dessa-profecia). Diz a publicação:


"A FAKE NEWS SOBRE PADRE PIO
Padre Pio JAMAIS divulgou qualquer tipo de mensagem sobre os três dias de escuridão. Os sites que espalham essa fake news dizem que Jesus ditou o texto da profecia a Padre Pio, em 1950, e o santo a enviou por carta a uma tal “Comissão Heroldsbach”, nomeada pelo Vaticano. Isso foi desmentido oficialmente pelo próprio Padre Pio e também por seus superiores.
O desmentido foi publicado em duas ocasiões diferentes, na respeitada revista Voce di Padre Pio, numa edição de 1960, e também na Edição # 2, Vol 2, 1977"

    Se você acredita nessas profecias de três dias de escuridão por causa do Padre Pio, fique tranquilo, o Santo nunca disse isso.
    Lembrei-me de mais um artigo, publicado por Mary Pezzulo, em que ela relata uma experiência de apreenção vivida em um momento de sua vida nos EUA. Segue abaixo o artigo já traduzido. Boa leitura!




"Abrir a porta na escuridão"


    Houve um tempo meio ruim em Steubenville.

    Começou na noite de quarta-feira, com a chuva que levou embora boa parte da velha neve. Quando acordei na quinta-feira ainda estava chovendo, e então ficou mais frio. A água levemente congelava à medida em que atingia qualquer superfície: a grama, as árvores, os carros, todos foram cristalizados como bolos. Foi belo, ainda que inconveniente. Após um tempo não ouvi precipitação alguma, e pensei que houvesse parado, mas não havia.

    Por um momento nevou. A neve era bela, limpa e branca sobre o gelo cinza enlameado nas calçadas e estradas. Depois houve gelo, gelo em toda a parte, tec-tec-tec nos vidros das janelas, tic-tic-tic no teto do alpendre. E o sol se pôs, e o gelo aumentou.

    As luzes começaram a tremeluzir; eu me acanhei. Nosso novo forno é à gás, mas o termostato é elétrico e o fogão também o é. Ficaríamos sem ambos caso a energia fosse embora.

    Gente que era criança na Renovação Carismática não se sai bem em situações como essa. Minha família era atormentada pela crença de que desastres naturais eram punições de Deus, o que levava a alguns acontecimentos cômicos. Além disto, minha infância foi assombrada por profecias de cataclismos que destruiriam o mundo tal como o conhecíamos, satisfazendo a fúria de Deus e dando a justa punição a todos os pagãos egoístas. O pior dos cataclismos era chamado “os Três Dias de Trevas”. Os carismáticos apreciavam pensar nos Três Dias de Trevas. Pensavam que se iniciaria a qualquer hora. Houve uma carta que circulou em nossos grupos, escrita por um místico qualquer, que dizia que Deus estava prestes a eclipsar o sol por três dias de caos sem precedentes e horror para punir os pecadores. Não haveria luz natural. A eletricidade e mesmo o fogo cessariam de funcionar, exceto por velas de cera de abelha abençoadas convenientemente disponíveis para venda. Demônios vagueariam pelas ruas semeando a destruição. As pessoas morreriam de medo, se os demônios não as pegassem antes. Quando esses três dias chegassem, todos nós teríamos de nos trancar em casa. Não deveríamos olhar pela janela por motivo algum. Não deveríamos ver quem estaria à porta, mesmo se soasse como se nossos familiares e entes queridos estivessem lá fora gritando por piedade, implorando para entrar, porque de fato realmente seriam os demônios no lado de fora. Se nós os deixássemos entrar, eles nos matariam. Após os Três Dias de Trevas, viria um Castigo que, de algum modo, seria pior. Após um Castigo, o triunfo do Imaculado Coração e o início de uma “era de paz”. Mas quem, exatamente, sobreviveria os Três Dias de Trevas era meio que uma questão em aberto.

    As pessoas com as quais cresci acreditavam nesse tipo de coisa. Elas realmente acreditavam. E a contavam aos seus filhos, ou falavam dela em frente a eles, e nós escutávamos. Nós a absorvíamos por inteiro, como as crianças fazem.

    Eu ainda tenho medo dos Três Dias de Trevas.

    Na internet, as notícias se acumulavam relato após relato de interrupção de eletricidade ao redor da área dos três estados[1]. Vi vídeos de transformadores explodindo em Ohio, na Pensilvânia, na Virgínia Ocidental. Incêndios nos fios de energia caídos levantavam colunas de fumaça. O xerife expediu uma emergência de nível um e depois uma de nível dois; por fim, uma de nível três, a mais severa. Todas as estradas foram fechadas, exceto para veículos de emergência.

    Quando olhei pela janela de trás, nosso arbusto lilás estava dobrado como um salgueiro-chorão, todo cristalino e liso com gelo. E assim ele veio abaixo.

    Os blecautes continuaram. Dez por cento dos lares estavam sem energia no condado de Washington, na Pensilvânia. Quase cinquenta por cento das casas estavam sem eletricidade no condado de Hancock, Virgínia Ocidental, do outro lado do rio[2]. Entre trinta e sessenta por cento das residências ficaram sem energia em todo o chaminé da Virgínia Ocidental[3]. O Centro Médico de Weirton estava funcionando somente com geradores.

    Entre vinte e trinta por cento estava sem energia bem aqui, no condado de Jefferson.

    Vi que as luzes estavam se apagando perto da faculdade comunitária e já tinham se apagado perto do Trinity Hospital. Elas foram embora em Brady Estates, a apenas uma milha de distância.

    Parecia ser só questão de tempo até que nossa rua seguisse o exemplo. Eu me perguntei se tínhamos velas em casa, e se elas eram feitas de cera de abelha.

    Minha família ficou relativamente calma apesar dos Três Dias de Trevas, no fim das contas. Nós tínhamos lido a profecia. Não penso que achámos que não era verdade. Não lembro de uma única profecia, em todos os meus dias de Renovação Carismática, que não tenhamos saído e declarado que não era verdadeira. Fazer isto poderia ser considerado Blasfêmia do Espírito. Acreditávamos em tudo. Minha mãe expressou a opinião de que o caos pudesse ser desencadeado por um “acidente nuclear”. Estava morta de medo, mas não falei nada a respeito. Outros ficaram bem mais animados. Desde que deixei a Renovação Carismática encontrei pessoas que cresceram sem quaisquer planos para o futuro, pois não esperavam viver até a idade adulta. Pensavam que os Três Dias de Trevas destruiriam tudo, e que precisaríamos nos trancar em casa e não ver quem estivesse à porta mesmo se nossas famílias e nossos entes queridos batessem e gritassem por socorro.

    Essa era a pior parte para mim: a ideia de que pessoas que amava gritassem. Talvez fosse meu avô, um católico relapso. Talvez fosse minha melhor amiga Julia, que assistia a programas de televisão aos quais eu era proibida de assistir. Quem sabe não fossem meus maus primos que minha mãe dizia ser “mundanos demais” ou meu divertido tio protestante que nos levava para a natação. Esses eram o tipo de gente que poderia ser ímpia o suficiente para ignorar uma profecia e sair durante os Três Dias de Trevas, e então eles ficariam presos com os demônios. E eu não saberia se eram realmente eles ou um demônio a se fazer passar por eles. Eu teria de obedecer à Virgem Maria, ficar em casa e deixá-los sofrer de forma imprevidente.

    Na minha casa, o wi-fi se extinguiu silenciosamente, mas as luzes continuaram acesas. Conferi meu telefone atrás de notícias atualizadas, já que não pude continuar a atualizar a página no meu computador. Entrei em contato com o grupo Buy Nothing[1], onde as pessoas vão pedir ajuda caso precisem emprestar um cortador de grama ou que alguém os traga artigos de mercearia para o fim de semana, e onde outros vão oferecer roupas e mobiliário de que estão se livrando. Foi quando eu descobri o quão ruim isto estava: a energia tinha acabado em toda parte, com minha casa em uma pequena ilha abrigada. Talvez tenha sido porque LaBelle está tão próxima do campus, a cidade tem o cuidado de manter nossos fios novos. Talvez tenha sido porque há tão poucas árvores neste quarteirão. Talvez a casa fosse feita de cera abençoada. De algum modo, a energia continuou ligada.

    Comecei a usar o aspirador e arrumar as coisas. Rasguei caixas em pedaços para jogar no lixo. Despedacei o lixo postal[2].

    A chuva congelante caía com mais força e velocidade.

    O problema de ter sido criada na Renovação Carismática e agora ser outra coisa é que rezar dói. Ainda sou praticante do catolicismo. Ainda estou convencida de que existe um Deus, e de que Ele escuta quando falamos. Mas as orações que a maioria dos católicos diz bruscamente sem pensar quando estão com medo e querem sentir a presença desse Deus me fazem entrar em pânico. Detesto o Rosário, por exemplo, porque me faz pensar em aparições marianas, profecias, místicos tendo visões de cataclismos - esses terríveis Três Dias de Trevas.

Comecei a murmurar uma oração de São Patrício.

Imponho a mim mesmo hoje as virtudes do estrelado Paraíso,

a via vivificante do glorioso sol,

a alvura da lua ao anoitecer,

o clarão do relâmpago livre,

os choques tormentosos do turbilhonante vento,

a terra firme, o mar salgado e profundo

em torno das primevas rochas eternas. 

    Sabia, a nível prático, que não eram os Três Dias de Trevas. Estava moralmente certa disto. Se tivéssemos azar, poderia ser o começo de alguns dias sem eletricidade, mas não eram os Três Dias de Trevas.

    Três dias de escuridão ordinária, talvez, mas não os vaticinados Três Dias de Trevas. Gente na cidade sofreria, e talvez alguns morressem, mas não assim. Não de algum modo horrendo, cataclísmico, só do jeito comum. E isso era ruim o bastante.

    Detesto pensar em gente sofrendo.

    Não quero que as pessoas sofram.

    Eu prefiro impedir as pessoas de sofrer do que estar a salvo.

    Eu prefiro impedir as pessoas de sofrer do que estar certa.

    Eu prefiro impedir as pessoas de sofrer do que obedecer à Virgem Maria. Prefiro abrir a porta caso seja um parente ou amigo meu, alguém que eu amo e que possa ajudar, mesmo que isso signifique ser morta por um demônio. Prefiro ter compaixão e aceitar as consequências do que me trancar em casa e escutar um outro alguém gritar. Mesmo se eu nunca fosse viver para ver a Era de Paz.

    Pensei por um minuto e voltei a pegar meu telefone. Fui ao grupo Buy Nothing. Escrevi a todos os meus vizinhos: “Sei que é perigoso dirigir neste momento. Mas se limparem pela manhã e alguém precisar carregar o celular ou coisa assim, ainda tem energia em casa. Vamos olhar um pelo outro.” E dei meu endereço, e coloquei um pouco de sopa de frango no crockpot[1] para cozinhar lentamente a noite inteira, para que eu tivesse algo para ajudar as pessoas a se aquecerem. E então fui para a cama.

    De manhã estava sossegado, calmo, tão brilhante como uma manhã de fevereiro pode ser quando o sol está quase irrompendo por um brilho de nuvem branca. Desci as escadas para abrir a porta a quaisquer amigos ou estranhos ou demônios que aparecessem querendo sopa quente. E não tive medo algum.

    Talvez a verdadeira Era de Paz seja algo que acontece por dentro.


[1] Um tipo de panela elétrica para cozinhar lentamente os alimentos. Crockpot é o nome de uma marca sob a qual se vendem esses tipos de panela.



[1] Algo como “compre nada”.

[2] Cartas que costumam promover produtos e serviços que o destinatário não pediu.



[1] Várias áreas metropolitanas nos Estados Unidos se espalham por mais de um estado. Neste caso, Steubenville, que é sede do condado de Jefferson, em Ohio, fica na área metropolitana do Vale do Ohio Superior, com cidades em Ohio e na Virgínia Ocidental, perto da região metropolitana de Pittsburgh. Faz parte da área de estatística combinada de Pittsburgh–New Castle–Weirton, que engloba cidades de Ohio, da Virgínia Ocidental e da Pensilvânia.

[2] O rio Ohio, que passa por Pensilvânia, Ohio, Virgínia Ocidental, Kentucky, Indiana e Illinois.

[3] O Saliente Norte da Virgínia Ocidental, próximo de Steubenville, cuja maior cidade é Wheeling.

 

    

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2023

TRÊS DIAS DE TREVAS - 1



Olá, caríssimos!

Estava pesquisando na internet sobre os três dias de trevas, tão propagados hoje em dia por diversos blogues. Achei em um site americano o artigo que publicarei, já traduzido, logo abaixo.

A pessoa que escreveu passou por momentos difíceis em sua vida por causa do medo desencadeado por essas profecias.

Artigo original: https://www.patheos.com/blogs/steelmagnificat/2017/05/essential-oils-will-not-save-three-days-darkness/ 

Escrito por: Mary Pezzulo

Boa leitura!


Óleos essenciais não irão salvá-lo dos Três Dias de Escuridão



De volta ao Planeta Carismático, acreditávamos nos Três Dias de Escuridão. Eu acreditava plenamente que você deveria acreditar nos Três Dias de Escuridão. Eu não sabia o porquê, mas me disseram que tinha algo relacionado com a Bíblia e as profecias de Fátima. Seja qual for a razão, muitos de nós acreditávamos firmemente que haveria na Terra um período em que o sol não nasceria durante três dias inteiros, e durante esse tempo haveria atrocidades. Demônios vagariam pela terra, causando danos. Todos nós estaríamos sujeitos a um grande medo e ansiedade. E me garantiram que esse dia estava chegando.



Eu tive muito medo e fiquei ansioso devido aos Três Dias de Escuridão. Minha mãe tinha recebido uma carta de algum místico ou algo assim, que ela leu para o meu pai e eu ouvi. A carta dizia que, durante os Três Dias de Escuridão, deveríamos nos trancar em segurança em nossos quartos e orar com a ajuda de velas bentas. Durante aqueles dias, estaríamos sujeitos a terríveis tentações. Ouviríamos nossos entes queridos, parentes e vizinhos batendo nas portas e janelas pedindo por ajuda, mas não deveríamos abrir as portas para deixá-los entrar porque eles seriam demônios disfarçados.

Esta profecia me perturbou durante anos. Eu estava atormentado, com medo de olhar pela janela no escuro, com medo de ver um demônio lá fora; Eu ficava nervoso ao abrir as portas, com medo de deixar que os demônios entrassem em minha casa. Eu tinha pavor de Deus, que eu sabia que exigia solidariedade para com o próximo, mas quem me puniria com possessão demoníaca se eu acidentalmente abrisse a porta para o vizinho errado depois de escurecer. Eu estava aterrorizado com Nossa Senhora de Fátima, a quem eu culpava por, de alguma forma, iniciar essa histeria - francamente, eu ainda não gosto de olhar para estátuas de Maria em sua roupa branca de Fátima. A superstição carismática arruinou isso para mim.



E eu me safei relativamente fácil. Eu tenho amigos cujos pais eram muito mais radicais em relação aos Três Dias de Escuridão do que os meus. Uma das minhas amigas se lembra de pensar que o fim dos tempos havia chegado, e se prendeu à cômoda para evitar ser vítima de espíritos malignos.

Outra amiga disse que ela tinha um “kit para os Três Dias de Escuridão” que seus pais lhe deram, para manter em seu quarto. Incluía uma bandagem para se amarrar aos móveis e uma vela abençoada, feita 100% de cera de abelha, para rezar. Eu queria acreditar que era uma piada, mas o fato é que existem “Kits para os Três Dias de Escuridão” disponíveis on-line até hoje; aqui está um que acabei de encontrar.

Dê uma olhada nesse kit. Não consigo decidir qual é a minha parte preferida. Talvez o fato de que não apenas a vela, mas os fósforos também são abençoados, não importa a regra católica de que, se um objeto abençoado é vendido por dinheiro, ele perde sua bênção. Ou talvez seja a maneira como eles atraem a atenção do leitor ao ignorar essa regra com a advertência em itálico na parte inferior da descrição do produto - tornando o produto totalmente desnecessário, porque você poderia simplesmente ir à loja de um real e comprar uma vela e uma caixa de fósforos para o seu padre abençoar, por um valor muito menor. Talvez seja porque eles estão tentando vender uma garrafa de água benta que você pode obter de graça em qualquer igreja. Melhor do que tudo isso é a inclusão de óleos essenciais para dores de cabeça e ansiedade, porque eu suponho que a mesma força sobrenatural que apaga o sol e nocauteia a eletricidade, de alguma forma, também tornará seu ibuprofeno ineficaz, mas não será capaz de atingir os remédios naturais. Esses charlatões não estão apenas vendendo objetos abençoados, estão alegando que os óleos essenciais combaterão demônios. E eles estão alegando que Nossa Senhora lhes disse para fazer isso. Maria não quer que sejamos gentis uns com os outros, ela quer que compremos ervas caríssimas online.



Na verdade, pensando bem, minha parte preferida de toda essa bagunça escandalosa é que eles fizeram uma “promoção” do Kit Três Dias de Escuridão por “apenas” noventa e oito dólares, enquanto oferecem frete grátis em pedidos acima de noventa e nove dólares, induzindo o Carismático econômico a comprar dois kits. Quem quer que seja esse povo Cukiersi, sugiro que meus leitores fiquem longe. Nunca confie em alguém que alega estar vendendo a salvação contra os demônios e depois tenta convencê-lo a comprar dois produtos.

De qualquer forma, depois de deixar o Planeta Carismático, desenvolvi algum discernimento rudimentar. Eu não diria que sou brilhante nisso, mas ouvi pessoas mais sábias do que eu e desenvolvi um pouco de bom senso. E não tenho mais medo dos Três Dias de Escuridão, ou de acidentalmente deixar um demônio entrar na minha casa.

Vou dizer o porquê.



O que temos que lembrar é que Deus é bondade e misericórdia. Se você sente que o seu cristianismo está lhe pedindo para fazer algo cruel, há duas possibilidades: ou você está enganado de que isto é cruel, ou está enganado de que o cristianismo exige isso de você. Deus é caridade. Ele foi solidário com Seus filhos pecadores até o fim. Ele quer que você o imite em perfeita caridade. Como Santo Isaac da Síria que, ao contrário do escritor das instruções dos Três Dias de Escuridão, é canonizado, disse:

"O que é um coração misericordioso?" É o ardor do coração para o bem de toda a criação, pelos homens, pelos pássaros, pelos animais, pelos demônios e por todas as coisas criadas... [o homem misericordioso] continuamente oferece uma oração cheia de lágrimas, até mesmo pelas bestas irracionais, pelos inimigos da verdade e por aqueles que o prejudicam, para que sejam protegidos e recebam misericórdia... devido à grande compaixão que queima em seu coração sem medida à semelhança de Deus."

Viu? Os cristãos não precisam queimar velas de cera de abelha caras para manter os demônios longe. Devemos ter compaixão por todos, incluindo demônios, se for o caso, e queimar nossos próprios corações com perfeita caridade.

Se ouvir uma revelação particular dizendo para você que deve trancar as pessoas, pode ignorar. Claramente não é do Senhor; é dos homens ou do Inimigo, e nenhum deles manda em você. O mandamento do Senhor é amar ao próximo. Sim, existem coisas como espíritos malignos, mas a forma de manter os espíritos malignos afastados NÃO é comprando um monte de amuletos ou seguindo uma lista de regras arbitrárias supersticiosas. A forma de manter os espíritos malignos fora do seu coração e da sua vida é sendo caridoso com o próximo. Dê a quem pede. Tenha misericórdia daqueles que batem à porta sempre que você puder.

Não acredito que haverá literalmente Três Dias de Escuridão no fim do mundo. Posso estar enganado. Tenho certeza que, em um sentido muito real, não importa se haverá ou não. Se chegar um momento em que o sol escurecer e todos nós estivermos mergulhados em uma noite aterrorizante e sobrenatural, nossas velas de cera de abelha não nos salvarão. Comprar um monte de medalhas de São Bento não nos salvará, especialmente se as estivermos usando supersticiosamente, em vez de em devoção e submissão à vontade de Deus. Nem mesmo os óleos essenciais nos salvarão neste dia terrível. Somente Deus pode nos salvar, e Deus é misericórdia e bondade. Aqueles que têm mostrado misericórdia para com o próximo descobrirão que estiveram agradando aos anjos o tempo todo, e os anjos os levarão ao paraíso.



Tenho certeza de que isso vai acontecer, mesmo que eu acidentalmente abra a porta para um demônio. Através do meu ato de caridade, terei servido a Deus. E ao servir a Deus, terei derrotado o demônio. Mesmo que o demônio mate meu corpo mortal, eu não tenho nada com que me preocupar. É assim que a guerra espiritual deve funcionar.

Mas, sério, acho que você está a salvo neste ponto. O diabo não tentará você em um ato de caridade. É muito mais provável que ele tente seduzi-lo a desperdiçar seu dinheiro em óleos essenciais e sacramentais que você usará indevidamente como amuletos supersticiosos para protegê-lo dos Três Dias de Escuridão, enquanto ignora a caridade. Ou, é claro, ele pode convencê-lo a entrar em um negócio fraudulento e vender kits de Três Dias de Escuridão para outras pessoas.

Aconteça o que acontecer, mesmo que o sol seja apagado, a única coisa que é exigida de nós é a caridade. Não se pode comprar caridade em um kit, e não se pode obtê-la se amarrando a um móvel. A caridade vem de Deus que dá livremente, e é exercida dando livremente. Abra a janela. Abra o seu coração para o próximo.

E a Virgem Maria definitivamente não quer que você lute contra demônios com óleos essenciais.


segunda-feira, 6 de fevereiro de 2023

TRÊS DIAS DE TREVAS - 2

     Navegando pela "rede mundial de computadores" não é difícil encontrar, em um site ou outro, comentários de pessoas verdadeira...